sábado, 7 de agosto de 2010

Sobre ascendências, partidas e permanências

Eu sei que é bem verdade que amizades nunca serão eternas, mesmo porque acredito que após determinado tempo, amizades ascendem-se à irmandades.

Certamente presenciei indas e vindas, e em cada uma delas, ou partes de mim esvaiam-se, ou recebia partes de outrem. Desta vez quem partiu fui eu, deixando não uma única parte, mas minha completa figura com quem desejar guardar.

Desde que habituei-me a escrever minhas próprias histórias, já não espero muito pelo que há de vir em minha história de vida. É muito mais fácil viver sob ficções. Em minhas trovas não preciso madrugar para trabalhar, exaurir-me para criar um bom curriculo, tampouco entristecer-me com as partidas de amigos, e amores.

Saiba vocês, dos piores ao melhores amigos que já conheci, que sempre os guardarei em meu peito, pois apesar dos pesares, foi justamente nas feridas que descobri meus pontos fracos, outrossim, para todos aqueles que nada fizeram além de dar-me ombros para que pudesse repousar, que conscientizem-se de minha mais pura admiração calada porém articulosamente expressiva.

Agradeço a todos por todas estas portas que se abriram e fecharam em todos estes dezenove anos, por cada lágrima de tristeza, e cada gotícula de alegria que me saltaram dos olhos.

Vendo assim de fora até parece que fui eu quem partiu, muito embora eu esteja aqui, no mesmo lugar em que me deixaram, aguardando o dia em que os verei completamente diferentes - alguns nem tanto - e assim poderemos saudar nossas antigas paixões. Enquanto essa hora não chega, aguardo aqui sozinho, feito festa surpresa à espera do aniversariante. Tantos partiram, que mesmo sem querer acabei partindo ao ficar no mesmo lugar.

Então, que ascendam-se as luzes, que toquem as cornetas e batam as palmas, pois eu sou a festa à espera dum aniversariante.

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