segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pífio

O suicídio é a máxima consumação da fraqueza. Entregar-se ao eterno vazio não me parece muito inteligente, já que não usufruiu o melhor que a vida tem a lhe oferecer.
As lágrimas que derrama diariamente podem lhe parecer sinal de tristeza, vazio ou fraqueza, mas na verdade as lágrimas são as águas da cura, que enquanto jorram sanam toda sua alma e quando por fim cessa lhe curou por completo.
O vazio que sente ao abrir a porta de sua casa, de seu carro ou escritório ninguém poderá decifrar. Indefinível é este frio que lhe percorre por entre a espinha e lhe atinge o cerébro, a grande massa cinzenta, fazendo pensar diversas besteiras e a dúvida maior é se usa uma pistola ou o gás do seu fogão.
Idiota. Patético. Encerrar uma vida é muito mais complexo do que fechar os olhos e dançar para sempre a dança regida pela eterna negritude do vazio. Senão em você, pense em quem te rodeia, e ouça pelo menos uma vez na vida o conselho de quem realmente gosta de você e te quer por perto.
Mostre-se forte, inteligente e voraz. Seu corpo é um templo inabalável, e uma arma capaz de evoluir uma evolução sem proporções. Dispare contra si, mas não um projétil. Dispare contra si a força de vontade de lutar contra a ânsia de morte. Prove para aquele rosto pálido e vestimenta sombria que ri de você sempre que fracassa, que são de erros que nós construimos nossos acertos. Brinque com a morte, não permita que ela brinque com você, e quando menos perceber, estará jogando o eterno jogo chamado vida de forma leve, serena e controlada. Por fim, terá encontrado um motivo para viver: o simples gosto de poder vencer a morte.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Saco cheio

Cansei de ter tanto tempo pra nada, e nada ter tempo para mim.
Cansei de amar tanto, e tantos não amarem.
Cansei de correr atrás quando tantos se acham a frente de mim.
Cansei da rotina.
Cansei da monotonia.
Cansei de você... de todos vocês.






Sepá parey de escrever.

domingo, 15 de novembro de 2009

TSC!

Acabou antes mesmo de começar.
Benvindos a estréia de mais uma temporada do grandiosíssimo circo da vida, em destaque o principal e único astro das noites e dias que irão te fazer rir, o ímpar e exclusivo, Pierrô sem platéia. Seu palco é tão vazio quanto seu sorriso, sua platéia tão farta quanto sua conta no banco - menos que o suficiente para se sobreviver- porém possui a faculdade de lhe fazer rir como ninguém tenha feito antes. Rir um riso de infelicidade, um riso de culpa, um riso de pena, por nada ser capaz de fazer para que o pierrô seja ouvido. Mas pierrô não lhe fará rir mesmo sendo capaz, pois tú não dedicará tempo algum a sua atenção.
Mesmo sendo o pierrô capaz de falar, ninguém o escuta, sendo assim, o pierrô acaba tornando-se mudo. Sua face maquiada esconde muito mais do que sua face. A maquiagem sobrepõe toda a experiência e conhecimento que retém sobre a vida, sobretudo, adorna sua vida e maquia a verdade sobre si.
O pierrô apaixonado chora pelo amor da colombina, que nunca lhe amou o suficiente para torná-lo seu homem, já pierrô nunca conseguiu ter alguma garota que pudesse lhe chamar de sua para sempre.
Falta amor ao pierrô. Falta atenção ao pierrô. Falta afeto ao pierrô. Falta-lhe a outra metade, ó pierrô. Não há razão para pânico, sua platéia há de vir. Neste dia tú deixa de ser pierrô sem platéia, e torna-se pierrô sem solidão - se é que se possa esquecer a solidão ao viver sem sua metade.
Conforma-te ó pierrô. Sua platéia há de vir. Sua metade te perdeu e tú se tornou tão forte que tua mente e corpo tornou-se tão completo quanto outro qualquer.
Cumpra sua missão. Chora para que outros riam. Ria mesmo que falsamente para que outros chorem, mas um choro de alegria. E por fim ó pierrô, esqueça que precisa de um amor, para que todos possam saber, que não há felicidade real, sem um verdadeiro amor.

sábado, 14 de novembro de 2009

Como pode?!

Como pode dizer que sou dramático, se desconhece a dramaticidade de minha vida?!
Como pode dizer que apenas falo sobre amor, se desconhece o sentido dessa palavra?!
Como pode dizer que sou feliz, se tanto me falta para alcançar a plenitude?!
Como pode dizer que sou triste, se são poucas as exigências para me fazer feliz?!
Como pode dizer tanto sobre mim, se mesmo eu não me conheço por completo?!
Como pode me julgar ingrato, se não sabe o que é passar por dezoito primaveras sem um único festejo pessoal?!
Como pode me julgar frio, se fui educado dessa forma?!
Busquei em meus brinquedos de batatas o refúgio para uma infância ausente de constante atenção e regalias. Busquei um pai em um tio, e isto impôs uma barreira no meu ralacionamento com meu progenitor.
Busquei a metade que me faltava em pessoas quaisquer, e isto apenas me provou que a metade que nos falta é única.
Busco constantemente a razão para ter que passar por tanta coisa em tão pouco tempo e encaro isto como uma missão, e minha recompensa no fim do caminho é poder ter você.

Temor

Temer o desconhecido tanto quanto deve-se temer o incontrolável é a máxima que carregarei até que se finde os meus dias na Terra.
Temer o desconhecido não implica que deva privar-me de conhecê-lo, muito pelo contrário, apenas me instiga a torná-lo conhecido. sou do tipo de pessoa que habitualmente calcula todas as suas ações. Para que se possa controlar diversas situações, é necessário conhecimento prévio e intenso planejamento estratégico, pois, bem como nos diz a teoria de caos, um simples movimento inesperado poderá causar-nos futuros transtornos irremediáveis.
Não possuir total conhecimento sobre a situação, implica não possuir total controle sobre a mesma. O desconhecimento acarreta o descontrole, e o temor é a propulsão necessária para o sucesso.
Não preconceitue, tema o preconceito. Conheças os porquês de sua existência e controle a situação.
Não odeie, tema odiar. Reavalie teu coração e se tornará imune a diversos males.
Sobretudo, conhecemos desde os primórdios, o amor de Deus por nós, e nunca devemos temer tal sentimento. Aceite o amor de Deus, e controlará sua vida plenamente. Não submisso a um Deus impiedoso, mas sim como filho do pai maior.
Não tema amar, entretanto tema não conhecer o amor.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Rotina

Amanhecer. Bocejar. Coçar. Desdenhar. Escovar. Falar. Gesticular. Hegienizar. Ir. Jornal. Km´s. Latejar. Maçante. Nervoso. Ócio. Praguejar. Queixar. Relaxar. Sorrir. Trânsito. Umidade. Ventania. Watts. Xiuuu. Yes. Zzzzzz.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Sonho meu...

Que atire a primeira pedra quem já não sentiu ao menos uma vez na vida, aquela vontade de largar tudo para trás, quebrar a mesmice de sua vida e esquecer as preocupações com algum grande feito, ou mesmo uma viagem significativa.
Não é segredo para ninguém que a minha vontade é após ter feito certo "pé-de-meia", eu simplesmente sair por aí, levando comigo apenas minha câmera fotográfica. Sem destino. Sem previsão pra retorno. Sem preocupações. Apenas registrando o que ou quem encontrar pela frente.
Realmente admiro a arte de fotografar. Mais do que simplesmente registrar uma bela cena, a fotografia é na realidade a materialização das emoções e histórias contidas em determinados locais, e isto torna-se evidente ao sentirmos a indescritível nostalgia que uma foto pode nos proporcionar.
Talvez, e só talvez, seja justamente a rara prática de nos divertimos que a torna tão prazerosa. É um tanto difícil imaginar que algo tão prazeroso como viajar possa tornar-se maçante se praticada com frequência, entretanto é como dizem, tudo que é demais estraga. Prefiro aproveitar mesmo que por poucos momentos o prazer da diversão à torná-la monótona.
Anseio para o dia que puder sair por aí à toa com minha câmera - que por sinal ainda não a comprei - mas enquanto não me é possível fazê-lo, registro gradativamente os sentimentos e histórias aqui contidas, dentro de minha mesmice.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Robusti parte 1

Não seria a primeira vez que a encontraria. Ainda me recordo da primeira vez que a vi. Minha barriga não doeu, minha espinha não gelou, tampouco minhas pernas bambearam, entretanto, a felicidade me inundara.
De fato não era a primeira vez que a encontraria. Isso talvez explique à presença dos adjetivos opostos a primeira vez apossando-se de meu ser.
Eu a aguardo impaciente, confesso que temo por sua ausência, e como uma criança amedrontada corro em busca de um porto seguro, corri em busca de uma válvula de escape, e avistei ao fundo um telefone, precisava conhecer seu paradeiro.
O tempo decorrido até então era mínimo, mas a sua ausência ampliava minha ansiedade, e cada segundo sem vê-la me servia como tortura, e sofria tanto quanto se gotas de ácido, quantitativa e continuamente me acertassem as costas.
A minha tentativa ao telefone falhara, e isto apenas fez desviar-me do local combinado. Se queria mesmo vê-la, mais do que depressa deveria retornar á minha posição. Apertei o passo, e tentei distrair meus pensamentos pelo percurso de volta. Mas, toda distração veio abaixo, juntamente com meu queixo, quando por fim, avistara ao fim daquele túnel, a silhueta daquela que me fez passar por ânsia e angústia, apenas ao cogitar a sua ausência.
Minha barriga doía, minha espinha gelara, e minhas pernas bambeavam, todavia, uma sensação já conhecida por mim atingia meu peito como bala de canhão. Sim, eu estava feliz!
Céus! Quem me dera ter engolido por completo um dicionário, pois, no momento não possuo palavras para descrever tamanha perfeição de minha amada.
Ela encontrava-se escorada numa pilastra, sua pele alva parecia reluzir ao harmoniosamente sincronizar-se com seu sempre bem cuidado e sedoso cabelo, mais alguns passos e pude enfim, extasiar-me com seu olhar, que penetrava desde a superfície de minha pele até o ínfimo de minha alma. Quase sem querer, lhe ofereço meu mais desconcertado sorriso, e como num gesto de agradecimento, saudou-me com teu lindo sorriso quadrado, tão límpido quanto o orvalho da manhã.

Robusti parte 2

Ao fundo, a natureza se encabe de conduzir a trilha sonora para tal momento. Uma harmoniosa sinfonia nos proporciona as gotas de chuva, que despencam aos montes do céu acinzentado, e senti naquele momento que nada poderia parar aquele musical. Um erro crasso. Não mais que de repente, o som mais tênue que já ouvira irrompeu o concerto que a natureza nos dera, e como numa rapsódia, aquele timbre tão delicado percorreu por entre meus ouvidos e repousou meu coração. Ela havia apenas me dito um simples “oi”, e mesmo assim, meu corpo reagiu como se aquele timbre era o que me faltava. Se tivesse que descrever tal sensação, seria algo como, eu tivesse descoberto que até então, meu coração estivesse em completa inércia, e como um sopro de vida, tornou a bater. Indubitavelmente, o cupido havia me atingido.
Condeno as horas por esvaíssem demasiadamente rápidas. Agradeço a Deus por ter te colocado em minha vida. E em poucas horas, senti uma miscelânea emotiva. Irado pelo tempo passar, contente por estar com você, e triste por não ter coragem de declarar meus evidentes sentimentos, e mais obscuras vontades.
Enquanto ela fala, eu contemplo tua beleza, e retraio meus movimentos. Espero que o tempo diga o que eu não sei dizer olhando para essa Afrodite, e enquanto faço coisas, que parece não notar, peço a Deus que me corresponda, talvez eu seja só um novo amigo, porém, talvez eu queira te levar junto a mim, pra onde nem o céu seja o limite.
Entristeço ao despedir-me de minha amada. Mais uma vez eu vou embora, sem saber o que falar, mas ainda não acabou. Estou sem pressa, por você posso esperar, afinal, quem ama espera.

domingo, 8 de novembro de 2009

O garoto invisível

Honestamente, nunca fui muito fã de filmes nacionais, salvo alguns poucos que possuiam menos cenas de sexo, violência gratuita, e palavriados chulos em troca de um conteúdo histórico ou uma criticidade mais rica do que os demais.
Me surpreendi ao assistir " A mulher invisível", filme no qual o personagem principal ensandece à ponto de ilusionar uma mulher para si. O foco principal do filme é mostrar-nos os males que a solidão pode nos causar. Bastou alguns poucos minutos do longa para que eu pudesse identificar-me com a personagem principal, e ao término do mesmo, pude avaliar o quão aleatória é a vida. Repleta de instabilidades, estamos sujeitos a vivenciar desde os mais prazerosos momentos de nossa vida, até mesmo a decadência de um ser humano pela ausência de carinho.
O que é exatamente a solidão? Por quê nos sentimos solitários mesmo em meio a multidão de pessoas? A solidão não possui uma forma própria. Mesmo que imaginem a solidão como uma nuvem negra, alojando-se em mentes e corpos alheios, a solidão pode ter diversas formas. A solidão é um jovem, que sem um motivo aparente para viver droga-se sem mais porquês em seu apartamento e subitamente tornar-se inerte após ter uma overdose. A solidão é aquele operário solteiro, que trabalha incessantemente para pagar suas dívidas, não possuindo tempo sequer para procurar uma companheira e mãe de seus herdeiros - isto é, se é que possui algum bem para ser deixado a geração futura - e adormece todos os dias no mesmo sofá, assistindo ao mesmo programa , sempre sonhando com algo mais. A solidão é aquele executivo que possui uma esposa que não o ama, e sabe que se um dia perder tua fortuna, juntamente perderá tua companheira. A solidão é cada gota de álcool que o órfão crescido nas ruas toma diariamente. Cada cigarro, cada entorpecente, todo o descaso, isto é a solidão.
O desprezo, o renego, e a imperceptibilidade nada mais são do que caminhos para a depressão provida da solidão. Confesso que às vezes me sinto invisível. É como se tudo que eu fizesse nunca fosse notado por alguém, como se minha beleza não fosse o bastante para destacar-me entre os demais, como se tudo que falasse soasse um tanto quanto antíquado, e ao invés de reconhecimento por minhas idéias, só me restasse o desprezo múltuo. Nunca fui popular, nunca tive muitas namoradas, e nunca fui muito requisitado como namorado, desenhista, cantor ou algo do tipo. Sempre imaginei que as poucas habilidades que tinha não sobrepujava a habilidade alheia. E por toda minha adolescência me senti invisível, inerte. Sempre me refugiei em meus pensamentos, e sempre tive muito tempo para pensar. Quando adentrei meus dezesseis anos, era notoriamente mais isolado e um tanto mais maduro do que os que me cercavam. E justamente nesta idade, comecei a me relacionar com alguns poucos que me interessavam, meu grupo de amigos era pequeno, porém um seleto grupo. E aos dezesseis anos de vida, eu comecei a me sentir um pouco menos invisível. Mas o tempo passou, e eu necessitava de algo mais. Me sinto apenas vivo. É como eu disse, acho que nunca fui grande coisa a ponto de se destacar, ou ao menos ser percebido. Às vezes me perguntava se ao menos uma garota nesse mundo suspirava ao me ver, se escrevia meu nome nos lugares mais adversos possíveis, ou se de fato me amava.
Agora tenho dezoito anos. A sensação de invisibilidade ainda é notória. O anônimato é eminente. Tive que aprender a ser feliz com o pouco que tenho, e esquecer o que me foi tomado. Assim como no filme, tenho que controlar a "Amanda" dentro de mim, mas isso é o de menos. O pior mesmo, é ter que encarar todo o resto do mundo, sem ao menos ser encarado.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Um conto não tão de fadas

Era uma vez, um homem com dupla personalidade, que morava em um barraco na selva de concreto. Seu nome era João, mas não o do pé-de-feijão. Aliás, ele não tinha plantação alguma, tampouco um gado a ser trocado por três feijões mágicos. Sua pele era castigada pelo sol, apesar de ser um tanto jovem, já apresentava rugas e linhas de expressão o que lha fazia aparentar ser mais velho do que realmente era. Na realidade, João fez algo semelhante à fábula. Trocara seus três filhos - que pouco importam à este texto a ponto de sequer possuirem nomes - por uma pequena quantia de dinheiro, à fim de fazer "mágicas" em sua casa.
Não tão distante dali, morava um fazendeiro bem-sucedido. Viúvo, com inúmeros hectares, e dezenas de centenas de gados, nunca lhe passou pela cabeça trocar ao menos um que fosse por feijões mágico, pois já tinha tudo que precisava antes mesmo de nascer. Sua mansão não assemelhava-se ao simplório barraco de João, bem como sua feição, que aparentava ter muito menos idade do que realmente possuía. Tinha tanto dinheiro quanto sua vida era vazia - Por mais servos que o cercassem, tinha a sensação de estar só, em meio a multidão - mal sabia com que gastar. Muitas das vezes, alimentava tua futilidade gastando com coisas supérfluas.
Havia ainda, não tão distante do centro da cidade, Maria. Estéreo, estatura mediana, com beleza intrigante. Ainda assim, solteira. Nunca casou-se, e seus pouquíssimos namoros nunca forma duradouros. Sua casa não era muito grande, nem muito pequena, entretanto a solidão ampliava os metros quadrados de sua moradia, o que fazia sentir-se pequena em seu lar. Os únicos amigos que tinham apareciam somente quando bebia ou se drogava, e mesmo quando acordava em estado deplorável em algum canto de sua casa, sua maior vontade era poder tornar-se mãe.
Se o fazendeiro encontrasse um amor, tornar-se-ia mais vívido, teria com que gastar, e descansaria em paz. Se Maria tivesse parcela da fortuna do fazendeiro, teria comprado os filhos de João. Se João trabalhasse para o fazendeiro, não lhe faltaria dinheiro, e não haveria porquê vender seus filhos. Se joão fosse empregado do fazendeiro, e apresentasse Maria ao mesmo, talvez tal conto seria diferente, mas nem tudo é como nós queremos.
Nem tudo é perfeito. Nem todo final é feliz. Nem todo conto é de fadas.

Como desaparecer completamente

A costumeira vontade de sumir do mundo nos atinge em nossos piores dias. É sempre mais fácil fugir do problema do que enfrentá-lo, e se não suportamos o mundo, o meio mais conveniente de evitá-lo é sumir.
Entretanto, o que deve ser feito para simplesmente desaparecer? Esqueça métodos desnecessários como atirar em sua cabeça, cortar teus pulsos ou esmigalhar-se contra uma parede. Desaparecer na realidade é ainda mais fácil do que enfrentar a malevolência mundial.
Comece do início. Deixe de vestir o que gosta, e traje o que ditarem estar na moda, ouça músicas que a massa lhe indicar, leia livros sem conteúdo algum. Anule tua vontade própria, acredite em tudo que a mídia lhe disser, e sobretudo nunca questione o regime de sua vivência. Aos poucos teu cérebro atrofiará, teu coração baterá uniformemente, o sorriso que será capaz de abrir será fosco e sem vida, já não haverá porquê ter sentimentos, o sistema se encaberá de lhe dizer quando, e o que deve expressar. O calor humano será tão gélido quanto teu semblante. Transforme-se em mais uma marionete do mundo, e como um cão obedeça o que lhe for imposto.
Submeta-se a massa, pense como a massa, aja como a massa, torne-se a massa, e repudiará tua personalidade extinguindo teu caráter.
Ao término deste processo não existirá resquício algum do que você tenha sido um dia, e poderei lhe dar meus pêsames, pois você enfim tornou-se mais um covarde que desapareceu do mundo, para tornar-se mundo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Queijo Suiço

O ser humano é tão bobo. Ri de qualquer coisa. Se não riri com este texto, é sinal de que ele não é qualquer coisa.
Você já parou pra pensar o quão contraditório é o queijo suiço? Não há necessidade de confusão, basta seguir essa linha de raciocínio:

* O queijo suiço possui diversos furos;
* Quanto mais queijo, mais furos;
* Quanto mais furos, menos queijo.

Logo, sob essas condições, entende-se que quanto mais queijo menos queijo. Será que o queijo suiço poderia fazer as crianças da África saudarem uma boa tarde? É como dizem, só lhe saudam boa tarde após o almoço. Entretanto, se quanto mais queijo, menos queijo, mesmo que estas crianças comessem deste queijo, não saciariam a fome, e provavelmente continuariam a saudar unicamente um bom dia.
Odeio quando sou corrigido pela pessoa que saudo uma boa tarde. " - É bom dia, eu ainda não almocei!" Será que não vêem o quanto são ridículos?! A estes eu digo: " - Lhe desejei um bom dia, e não uma boa manhã!" Muitos pensam em réplicas, mas a grande maioria permanecem em silêncio, outros desconversam, alguns entregam um sorriso amarelo e poucos são os que dão de ombros e escondem-se em sua arrogância.
Acho que vai chover, e desconheço o paradeiro de meu guardachuva. Alias, você já perdeu quantos guardachuvas? E quantos encontrou? Pra onde vão todos guardachuvas?
O rato roeu a roupa do rei de roma. Quantos 'érres' têm isso? Nenhum. Isso só tem Í, ésse, e Ó. Além do que o rei de roma era um misto de porco e preguiçoso, e sua guarda um tanto incapaz. Como puderam deixar um único rato fazer tamanho estrago?! se o sumiço do figurino do Homem-Aranha causou enorme prejuízo a Hollywood, dirá o traje real a Roma. Talvez ele tenha sido um super-rato, provavelmente ele comia queijo suiço.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Carpe Diem

As manchas escuras abaixo dos olhos confirmavam o cansaço. Por deveras vezes, repousava demasiadamente mal, e o sono que acumulara agia quase como o sal age em uma lesma. Definitivamente era do tipo que por mais que achasse gostoso e confortante um longo repouso, extasiava-se bem mais farreando com os amigos. Suas olheiras não podiam negar.
Era um domingo. Não, na verdade era uma segunda-feira, todavia tinha cara de domingo. O sol nos proporcionava um intenso calor, junto de seu radiante brilho, que parecia ter o poder de dar mais vida à tudo que iluminasse. Os pássaros cantantes numa manhã dessas reforçariam o quê dominical daquela segunda-feira. Sempre imaginara os domingos desta maneira, sempre muito ensolarado, com plena harmonia entre a natureza e os seres viventes nela residentes, os pássaros sempre muito felizes cantando em agradecimento á Deus por presenciarem mais um dia daqueles. De fato, era uma segunda-feira, mas o sorriso que lhe invadira a face era dominical. Infelizmente não havia pássaros cantando na selva de concreto, e tudo que lhe sobrou foi cantar no lugar deles.
Por mais uma vez, trocara seu pouquissimo tempo de repouso pelos festejos que poderia proporcionar naquele dia. As olheiras eram sim evidentes, mas a tua felicidade mais ainda. Por mais que não soubesse o porquê, estava ansioso para desfrutar daquela manhã linda que lhe foi proporcionada.
Calçou os sapatos, vestiu suas roupas, e caminhou firmemente como um herói destemido caminha em direção ao seu malévolo oponente. Os pés latejavam,a boca secara, a face molhara, entretanto, o sorriso ainda lhe estampava o rosto. Era tudo tão bonito. Tão singular. A segunda-feira dominical tardava a acabar, mas pouco lhe importava isso, um dia desses deve ser usufruido isento de preocupações, além do mais, ele a encontraria esta tarde. Era tudo tão único, tão belo, que a única duvida que lhe pairava a cabeça,era qual palavra usaria para classificar um dia tão especial como esse. Mal pode reordenar os pensamentos, e os desorganizou novamente quando pode ver, andando ali, como quem não tivesse mais nenhum porque de estar ali senão apenas sorrir e curtir o dia, a tão esperada causa de tamanho sorriso. E tudo correu como o esperado, e isso significa exatamente o oposto. Não se confunda, estes dois são assim mesmo, e digo com plena convicção que a presença destes dois são tão espalhafatosas e imprevisíveis, que mesmo que planejassem algo, fariam exatamente o oposto. Então fizeram o quem sabem fazer melhor, simplesmente improvisar e curtir o dia.
O sorriso que antes estampava somente o teu rosto, contagiava a face do motivo de teu sorriso. Novamente o fiz, digo, sempre acontece, estes dois são tão confusos que acabo confundindo o uso das palavras para descrevê-los. Alias, o motivo pelo qual sorrira incessantemente tinha um nome, mal possuía altura, porém possuía um belo sorriso, e alegria contagiante, e indubitavelmente possuia um nome, e seu nome era Rebeca. Se outrora o dia já era ímpar, tornou-se uma amálgama etérea indescritível. As piadas. Os sorrisos. A palpitação do coração. Os tombos. Os vergões. A inquietude do coração. As fotos. As lembranças. A incessante palpitação. O céu anteriormente azul celeste, tornou num negro irrompido pelas ofuscantes luminárias, e mesmo que nesta noite não fosse possível contar muitas estrelas ao céu, tornara-se quase impossível determinar quantas pessoas ali estavam. Milhares, na realidade mais do que isso, eram milhões de pessoas que os cercavam, mas apenas uma pessoa lhe importava, e ela estava à sua frente. Às vezes, ao seu lado, e tantas outras às suas costas. E numa dessas ocasiões, a incessante palpitação de seu coração irrompeu-se por um singelo ato. Definitivamente não era um abraço, entretanto não menos importante, sentiu um queixo repousar aos ombros. Nunca estiveram tão próximos assim. O coração que antes palpitava desvairadamente, tornou num ritmo inerte. Os Gritos. A música. O tempo. O maldito tempo. A notória presença de Papai por toda a parte. O coração inerte. O infortúnio tempo que se esvai. O ininterrupto sorriso em sua face. O tempo não cessou, mas agiu como senão houvesse decorrido um segundo sequer. As luzes cessaram. A negritude do céu destacou-se. Milhões de pessoas marcharam. O coração torna a palpitar, porém um ritmo temente. Novamente a separação é inevitável. Os minutos seguintes decorreram lenta e amargamente. A idéia de não encontrar Rebeca ao acordar era pavorosa, porém real. Dentre trancos e barrancos, indas e vindas, quase encontrava-se submerso em tais pensamentos, e mal percebeu quando Rebeca lhe envolveu com teus braços. O sorriso prolongado. O coração frenético. O amor. E com um beijo em sua testa, a despedida foi selada, porém, apesar de triste, encontrava-se tranquilo, Deus a colocou em teu caminho, e não tirará tão cedo. As costas foram dadas, e pouco se sabe dos propósitos de Deus, mas segue confiante. A espera. O cupido. A obra de Deus. Quem ama, espera.

Take easy!

O além está aquém de um sonhador. O sucesso provém de determinação, e não existem limites para um idealizador.
Máximas são ditas, e o mínimo é executado. Quem determinou que devo seguir as regras? Até onde o sistema é confiável? Não me sujeitarei à outros humanos. Afinal, não somos todos iguais?!
Minhas paz difere da tua, todavia tua tormenta não me felicitará. A diferença nos assemelha, e a indiferença nos une. Em um mundo onde o proibido tornou-se tendência, o errado é comum e proibir nos foi vetado, seria delírio crer que somos verdadeiramente livres erradicando Deus de nossas vidas. Aos céticos eu digo, quando nega-se à Deus como soberano, torna-se escravo do sistema. Não confunda salvação com religião, e não associe Deus a submissão. Anule seu conceito sobre certo e errado, adentre o infinito e feche seus olhos para enxergar.
A verdade nunca esteve oculta, mas nunca acreditamos que pudesse ser tão fácil. Nossos sofrimentos não permitiam que entendessemos o propósito maior, outrossim, Deus nos permite tal feito.
Transcenda seus limites. Ame mesmo que não seja recípocro, e por fim, viva a vida sem levá-la tão a sério.