terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Verdades sobre mim #2

Não optei por nascer,
mas foi enquanto nascido,
que acabei optando por viver,
e decidi isso envolto pela barra de seu vestido.

Hoje, estas horas que passamos calados,
em nada assemelham-se à outrora,
que a exasperava te deixando em maus bocados,
a sujando, ou berrando em seu ouvido de hora em hora.

Tão inerente quanto infinito,
assim posso definir o meu amor por ti, sim,
e mesmo que calado - ou estressado - tenho dito,
te quero sempre, já que o sempre não tem fim.

Perdão, se como filho sou ótimo ausente,
todavia, os beijos em sua testa já enrugadinha,
é recíproco naquele seu abraço quente,
tão indispensável pra mim és, mãezinha.

Eu me pego memorando meias sujas de lama,
e as chineladas que sempre me prometeu,
a maneira como ainda hoje prepara minha cama,
e as lições de moral para este filho seu.

Assim de longe a admiro,
e egoistamente não pronuncio meu amor,
mas com medo que ele me escape por um tiro,
escrevo estes versos para me ilibar da dor.

Não optei por nascer,
entretanto tardiamente escolhi naquela barra de vestido,
que prefiro do seu lado viver,
à nunca ter nascido.

(...)

Eu te amo mãe.

Sônia Pereira da Silva Rodrigues ♥

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