terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Você

Armei tendas em plena areia só pra ver o mar,
armei deveras tramóias pra lhe ver,
armei tanto, e só vi a vida passar,
desenfreada, nostálgica, e pude entender,
que melhor que armar, é amar você.

Eu finjo, às vezes, que a brisa n'árvore na verdade é pra mim,
que encontro detalhes ou padrões que ninguém mais encontra,
só então creio que quando escuto os sorrisos, todos riem de mim,
de súbito me rebaixo, me julgo, me faço por lontra,
e vulnerável entendo que não fosse o amor, não haveria você.

A vida, vez ou outra, acaba me punindo por toda a incredulidade,
me presenteia só pra tirar o que dera,
então me tomei por sagaz dia desses, quando a vida me deu felicidade,
e eu apertei tão fortemente, que não a devolvi, mas também pudera,
quem largaria alguém como você...

Você... já não sei mais quantas vezes penso em você,
me perco se tento contar quantas vezes a menciono,
não importa a analogia que se proponha, tudo remete a você,
se me perco, basta te buscar dentro de mim, que me acho denovo,
e quando ligo a tevê, não vejo nada senão você.

6 comentários:

  1. Wow, Eliezer! This is really wonderful. Thank you for sharing.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. como sempre arrasando nos textos *----* , sempre com palavras belas.

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  4. Isso pq ele é aspirante a literário neah...imagina se fosse :P

    Adoro*

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  5. caraca. Eu não te conheço mas, sinceramente, nem preciso. Que poema foda esse seu!!! brinca com as palavras de forma amadurecida, usa figuras de pensamentos que, por vezes, se parece com Manoel de Barros, faz de um tema criticamente inferior, uma novidade instigante.
    parabéns.

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