terça-feira, 16 de novembro de 2010

Doravante, brindarei

Doravante brindarei as minhas efémeras conquistas, e não mais me perturbarei com todas aquelas derrotas contundentes.
Brindarei esta Lua, esta massa negra, e porque não, todo este vazio que fica, quando você vai?!
Brindarei cada sentimento que tenho, mesmo os mais malévolos, pois apesar dos pesares, ainda tenho muito com que sentir.
Brindarei sua boca, seu abraço e sua perna enroscada na minha.
Se outrora agia feito parcialidade numa penumbra, hoje saúdo por ter me feito um completo cretino, um completo amante, e um completo amado. Fez daquele simplório garoto, com toda aquela tormenta aortada, num completo pensador.
Se hoje sou completo, é porque me completa. Se hoje brindo, é porque me deu motivos para brindar - mesmo em meio à tanta desventura decorrente, que fere minh'alma feito agulhada certeira no globo ocular.
Não mais dependo de meus óculos para aguçar a minha visão, contudo, dependo única, estranha, e extremamente de ti, desse seu olhar, dessa sua lábia, dessa sua voz rouca, e de tantos outros predicados que me tomariam deveras linhas destas transcrições.
Hoje brindo a nós, ao meu antigo eu, ao meu novo eu. Hoje brindo à você, por nosso encontro tardio, mas regulado, casual, todavia duradouro.
Hoje brindo pela perpetualidade de nossos sentimentos, e não por nossos efémeros atritos.
Confesso, que brindaria tantas fossem as taças, simplesmente para que você não sumisse ao perceber que nada seria sem você.
Doravante, pretendo exprimir à ti o meu amor, e as pedras o meu ódio. Hoje brindo à você dentro de mim, e ao meu eu, que tu criaste.

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