domingo, 14 de março de 2010

Sábado

E tudo que resta são corações partidos esparramados ao chão de toda esta cinzenta urbe caótica e individualista vítima de uma grandiosíssima bomba de mesquinharia. E mesmo que a mente possa compreender que não somos limitados, o corpo não reage assim e nos causa dependência, dependência esta que nos consome cada dia mais até o momento que tudo que se vê em semblantes cadavéricos, são sorrisos lúgubres da certeza irremediável da morte e do não aproveitamento do tempo que nos foi regido.
Ilusões são fabricadas nas mentes de cada um que usufrui deste nosso vício que é o amor instantâneo, intenso e de curto prazo. Já não se existe melhores ou piores amigos, estes rotulos surgem ao exato momento em que você precisa deste alguém por puro interesse material ou social.
Já não se fabrica mais o velho bom romance, do tipo que aparece justamente quando você não está esperando ou procurando por ele, mas que muito lhe diz a respeito de você mesmo e do alguém que partilha as felicitações da vida, que lhes segreda alguns causos e que desvenda cada mistério que há de surgir ao longo desta estrada.
De fato, tudo que nos resta é este conformismo barato de que tudo está escrito e que um dia tudo acabará bem justamente pelo tempo estar adequado a sua missão terrena.
E tudo que resta são minhas palavras ao papel, aos ouvintes que não compreendem que não há nada de bonito em ser triste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário