terça-feira, 20 de abril de 2010

TUM

Não tenho medo de altura, tenho medo mesmo é da queda que é capaz de proporcionar. E tem todo aquele alarde pós-baque, e aquela angústia pré-queda. Antes de cairmos a gente se preocupa com a dor que nos será causada, com o estampido que soará com o baque de nosso corpo ao chão e nos perguntamos se não havia mais nada para ser feito antes duma possível morte.
TUM!
Mal terminamos de nos angustiar, e beijamos o solo com tanta força que chega parecer que tinhamos esse desejo por um beijo exótico, desses que a gente só vê mesmo nos cinemas. É instantâneo. Ao som do baque, surgem aos montes aquelas faces que não se assemelham a ninguém que você conheça, mas que tu sabes que estão falando de ti, da inesperada queda, e também da sua vida antes da queda. É incrível como sabem tanto da gente,ou ao menos pensam que sabem. Alguns tantos burburinhos e dali a pouco o veredicto é entregue diretamente pelo juíz do universo. Ou tu sobe,ou tu desce. Ou tu vai, ou fica. Muitas da vezes nós vamos, e só então lembramos que deixamos o forno ligado assando um frango, e obviamente nunca iremos provar do mesmo.
Muitas das vezes não são todas as vezes. Mesmo registrando quedas à minha história eu sempre fico, e mais que isso, me levanto, limpo a poeira das minhas vestes, cuido de meus ferimentos e digo à todas aquelas faces que me assistiam, que o show acabou.

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