quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Blues

O que realmente faz alguém querer cessar todo o conforto de um sentimento para aventurar-se na incertidumbre juvenil, afundar-se cada vez mais num mundo moderno, num pandemônio que vira às avessas todo os planejamentos para uma vida feliz?! Para que pensar se tudo está dentro dos conformes, para que a incerteza sobre se o que faz é realmente o quer para toda vida? É de meu desejo descobrir o por que pessoas são tão egoístas a ponto de ignorarem sentimentos diversos e se entregarem ao que lhe for conveniente. Por Deus, qual a razão para que o necessário - e além disso - para a felicidade seja ignorada ou substituida por volúpia, será mesmo uma sina rompermos nossos próprios sentimentos, secarmos nossas proprias lágrimas e por fim restar apenas o desconsolo, o conformismo e o platonismo?! Se é que realmente possa se escolher alguém para estar ao seu lado quando o céu ruir, ainda não pude vivenciar tal acontecimento, sobretudo, será possível ter alguém ao seu lado quando lhe tomarem o chão?! No que realmente devemos acreditar?! Na artificialidade do que se vê através de nossa retina, ou na complexidade escondida por entre neurônios e cerebelo?! Por que meus braços querem lhe envolver, e meu coração palpita cada vez mais rápido quando lhe vejo, se prefere estar com outro em seus lábios? O que mais tenho que oferecer para ser notado? Aonde está a garota tímida que suspira ao lembrar de mim secretamente em seu quarto? Aonde está a parcela de felicidade que à mim foi destinada?! À mim nada mais resta do que a inerente melancolia de minha alma, o choro - agora já seco - ao saber que nem ao menos sabe que existo mesmo te amando tanto - a frieza que penetra o âmago de meu espírito. Amar por certo é necessário, já que me dói a ausência do amor. Necessidade, e desejo. Posso sentir a voracidade do meu ser insistentemente querendo encontrar entre teus braços. Minha vida, um eterno blues.

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