sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

resta um

São quatro por quatro, digo, os espaços existentes, mas somente quinze dos dezesseis espaços são preenchidos. Resta um.
São cinco cômodos para nove pessoas, sobram quatro.
Movem-se, gritam-se, odeiam-se, desculpam-se, e não importa a rotatividade, sempre resta um.
Resta um. Sou eu quem resta. Não, sou eu quem sobra. Cômodos podem ser divididos, em jogos de resta um, o vazio do que resta é necessário, e realmente não querem que ele esteja por lá, caso contrário,os demais não se moveriam por um bem maior. Encaro esse repúdio como um sacrifício para um bem maior.
Quando me sinto deslocado, e vejo tudo a minha volta ruir ou algazarrar-se, tornar-se pandemônio, me pergunto se tudo seria pacífico se eu fosse o vazio do resta um.
Sou eu quem resta, ou sou eu quem sobra.

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