sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Vidas

Vidas.Vidas vãs. Vidas monótonas, vidas incompreensíveis, vidas imperceptíveis, vidas incontáveis, vidas repletas de idas e vindas, altos e baixos, conscientes e inconscientes desatinos. Uma nova vida surge e perdemos tantas outras. Viventes que desistem de suas próprias vidas mesmo a própria vida não desistindo de seus viventes. O pote de ouro no fim do arcoíris, o eterno saber, a imortalidade. A vida, a singela vida, que tantos a complicam.
O que é a vida, senão uma colcha de retalhos de histórias inacabadas, imemoráveis, soturnas, asquerosas, felícitas e harmoniosas. O que é a vida senão uma amalgama de prazeres, volúpias, tentações, feridas e cicatrizes.
Por certo, a vida é a eterna escola, com infinitos ensinamentos, cujo humano qualquer obterá o diploma de um ser vivente de completa sabedoria.
Não há, de certo não há, profundidade qualquer que consiga enterrar nossas vidas, não há escuridão que impeça de enxergar a si mesmo. Mesmo póstumamente, nossas vidas serão lembradas por outros viventes, seja pelo seu diferencial, pela maneira como morreu, por simples procedimento de registro de mortalidade, por seu epitáfio, ou pelo amor que não se acaba mesmo já não havendo fôlego, a vida que não se apaga ou se esquece simplesmente por haver sete palmos de terra sobre um alguém que outrora desbravava ruas, bairros, mares ou continentes.
A vida é uma eterna penumbra, rotativa e aleatória, e o que nos resta é acreditar que a vida se encaberá de trilhar-nos a um final digno de um filho de Deus.

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