sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

F_lta

Solidão é a ocorrência asmática e sufocante causada pela penumbra cujos pólos são os outros e você. Solidão é mais que a vagarosa caminhada dos ponteiros pelo relógio, a solidão capacita a inversão destes, e traz à tona os mais obscuros sentimentos anexos à momentos irrevivenciáveis amplificando assim a frieza lúgubre e pavorosa da saudade.
Solidão é a doença não rara curável somente por uma dose extra grande de companhia. A solidão é o extremo oposto do melhor amigo, do seu melhor romance, e de seus únicos, insubstituíveis e mais do que suficientes e/ou especias pais. Solidão é fera que devora, é obnubilação, é desumanidade e prisão espiritual. Solidão é o câncer social, é a ilusão de que podemos ser nosso próprio Deus e a alusão que não podemos ser ilhas. A solidão é a cicatriz à nossa espinha, causa lobotomia e dor estomacal. Solidão é a provação que temos de passar para aprendermos a valorizar cada vez mais nossos irmãos em Cristo. Vivemos todos num imenso quintal a que chamamos de planeta Terra, e a solidão é a espaçonave que nos transporta para anos-luz de distância de nossa casa. Doses diàrias de tristeza etérea, esta é a solidão. Em meio às trevas pode-se criar luz própria, em meio a solidão pode-se criar vínculos mais fortes de amizades, o que lhe fortificará ao sair da ausência corpórea, ideológica ou sentimental de um alguém.
Solidão é desejar constantemente alguém que nem ao menos lhe enxerga.

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