segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Robusti parte 1

Não seria a primeira vez que a encontraria. Ainda me recordo da primeira vez que a vi. Minha barriga não doeu, minha espinha não gelou, tampouco minhas pernas bambearam, entretanto, a felicidade me inundara.
De fato não era a primeira vez que a encontraria. Isso talvez explique à presença dos adjetivos opostos a primeira vez apossando-se de meu ser.
Eu a aguardo impaciente, confesso que temo por sua ausência, e como uma criança amedrontada corro em busca de um porto seguro, corri em busca de uma válvula de escape, e avistei ao fundo um telefone, precisava conhecer seu paradeiro.
O tempo decorrido até então era mínimo, mas a sua ausência ampliava minha ansiedade, e cada segundo sem vê-la me servia como tortura, e sofria tanto quanto se gotas de ácido, quantitativa e continuamente me acertassem as costas.
A minha tentativa ao telefone falhara, e isto apenas fez desviar-me do local combinado. Se queria mesmo vê-la, mais do que depressa deveria retornar á minha posição. Apertei o passo, e tentei distrair meus pensamentos pelo percurso de volta. Mas, toda distração veio abaixo, juntamente com meu queixo, quando por fim, avistara ao fim daquele túnel, a silhueta daquela que me fez passar por ânsia e angústia, apenas ao cogitar a sua ausência.
Minha barriga doía, minha espinha gelara, e minhas pernas bambeavam, todavia, uma sensação já conhecida por mim atingia meu peito como bala de canhão. Sim, eu estava feliz!
Céus! Quem me dera ter engolido por completo um dicionário, pois, no momento não possuo palavras para descrever tamanha perfeição de minha amada.
Ela encontrava-se escorada numa pilastra, sua pele alva parecia reluzir ao harmoniosamente sincronizar-se com seu sempre bem cuidado e sedoso cabelo, mais alguns passos e pude enfim, extasiar-me com seu olhar, que penetrava desde a superfície de minha pele até o ínfimo de minha alma. Quase sem querer, lhe ofereço meu mais desconcertado sorriso, e como num gesto de agradecimento, saudou-me com teu lindo sorriso quadrado, tão límpido quanto o orvalho da manhã.

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