domingo, 15 de novembro de 2009

TSC!

Acabou antes mesmo de começar.
Benvindos a estréia de mais uma temporada do grandiosíssimo circo da vida, em destaque o principal e único astro das noites e dias que irão te fazer rir, o ímpar e exclusivo, Pierrô sem platéia. Seu palco é tão vazio quanto seu sorriso, sua platéia tão farta quanto sua conta no banco - menos que o suficiente para se sobreviver- porém possui a faculdade de lhe fazer rir como ninguém tenha feito antes. Rir um riso de infelicidade, um riso de culpa, um riso de pena, por nada ser capaz de fazer para que o pierrô seja ouvido. Mas pierrô não lhe fará rir mesmo sendo capaz, pois tú não dedicará tempo algum a sua atenção.
Mesmo sendo o pierrô capaz de falar, ninguém o escuta, sendo assim, o pierrô acaba tornando-se mudo. Sua face maquiada esconde muito mais do que sua face. A maquiagem sobrepõe toda a experiência e conhecimento que retém sobre a vida, sobretudo, adorna sua vida e maquia a verdade sobre si.
O pierrô apaixonado chora pelo amor da colombina, que nunca lhe amou o suficiente para torná-lo seu homem, já pierrô nunca conseguiu ter alguma garota que pudesse lhe chamar de sua para sempre.
Falta amor ao pierrô. Falta atenção ao pierrô. Falta afeto ao pierrô. Falta-lhe a outra metade, ó pierrô. Não há razão para pânico, sua platéia há de vir. Neste dia tú deixa de ser pierrô sem platéia, e torna-se pierrô sem solidão - se é que se possa esquecer a solidão ao viver sem sua metade.
Conforma-te ó pierrô. Sua platéia há de vir. Sua metade te perdeu e tú se tornou tão forte que tua mente e corpo tornou-se tão completo quanto outro qualquer.
Cumpra sua missão. Chora para que outros riam. Ria mesmo que falsamente para que outros chorem, mas um choro de alegria. E por fim ó pierrô, esqueça que precisa de um amor, para que todos possam saber, que não há felicidade real, sem um verdadeiro amor.

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