domingo, 30 de maio de 2010

Instante

É estranho acreditar que, demoramos tanto para criarmos algo, e é necessário somente um momento para que tudo que conquistamos, ou criamos comece a ruir-se. É necessário somente um momento, somente uma decisão, somente uma frase dita ou não dita, e em instantes tudo esvai-se.
São nesses instantes que percebemos que falhamos. Percebemos que não basta conquistarmos o que queremos, temos mesmo é de mantermos tal conquista para nós. A falha é fruto da ação incerta para tal momento. A falha é capaz de gerar a desistência, e a desistência é a morte da esperança.
Eternamente errantes. Eternamente aprendizes. Isto é o que exatamente somos. Não temo exatamente a falha, meu pavor é justamente a desistência. Minha vontade é ter alguém para amaciar a minha queda, para limpar as minhas feridas quando eu errar e sofrer as devidas consequências, um alguém para abraçar-me quando já se faz frio e o Sol insistente há de repousar alguns instantes mais.
É estranho acreditar que, demoro tanto para recuperar algo que perdi, que quando acabo reavendo-o, já não me tem tamanha importância, e percebo isto num instante, e minha cabeça se enche de devaneios a respeito se terá sido certo ou não ter perseguido tanto algo que não queria verdadeiramente. De fato também erro, e um instante é necessário para que perca tudo o que tenho, ou mesmo me perca dentro de mim mesmo.
O fato maior é que eu nunca disse que fosse perfeito, tampouco quis mostrar isto, muito pelo contrário, retratava a minha maneira de ser crendo somente que a perfeição encontra-se justamente na imperfeição, imperfeição esta que coagia meus pensamentos.
Levei tempos para aprender que já não importa falhar, o que importa mesmo é não desistir, e a medida do possível vivo esta doutrina instante a instante.

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